sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Experiência Pessoal com Elimination Communication


Começamos a nos familiarizar com o tema E.C. ainda na gestação. Nos encantamos com a possibilidade e a associamos imediatamente ao uso de fraldas de pano. Sempre vou usar o plural, pois esse método é praticado tanto por mim quanto pelo Rodrigo, meu marido.
Assim que o nosso filho nasceu, já percebemos que ele fazia cocô enquanto estava mamando. Notávamos isso pelo barulho e porque ele ficava todo vermelhinho. Algumas vezes eu ensaiei de colocá-lo num baldinho, desses de praia, sem arestas e ali ele fazia cocô. É claro que não era a coisa mais agradável do mundo, nem para mim nem para ele, e não tinha a pretensão de ser uma prática, mas de mostrar pra mim mesma que era possível um bebê eliminar fora da fralda. 

Depois do primeiro mês, o ritmo mudou, e ao invés de eliminar enquanto mamava, O bebê começou a eliminar depois da mamada. Eu me dediquei a identificar seu ritmo e muito raramente ele fazia cocô sem ser depois das mamadas. Eu anotava o horário das mamadas e das eliminações, e isso nos ajudou muito a conhecer melhor nosso bebê, e descobrimos que ele mamava e eliminava mais à tarde que de manhã, e à noite mamava raramente e não fazia cocô. Até os 2 meses o bebê tinha choros recorrentes exatamente às 19 horas.
Como o nosso filho nasceu no frio de agosto, acabamos não praticando muito E.C. neste primeiro mês e também paramos de usar as fraldas de pano que vazavam muito e eram difíceis de secar.
Mas com a chegada da primavera e o aumento da temperatura nos empolgamos novamente e começamos a colocá-lo no penico assim que terminava de mamar e ele eliminava!
Essa prática começou a ficar cada vez mais freqüente, e com isso, o choro das 19 horas desapareceu, pois descobrimos que o que o causava eram gases, que eram eliminados junto com o cocô quando o colocávamos no penico, devido a posição em que ficava. Quando o bebê é pequeno e ainda não senta sozinho, precisamos apoiá-lo, segurando-o pelas coxinhas para mantê-los na posição de cócoras, com as costas apoiadas em nossa barriga.
E com os cocôs cada vez mais raros nas fraldas, começou a ficar sem sentido o uso de fraldas descartáveis, então fiz alguns ajustes nas fraldas de pano que tinha comprado para que não vazassem tanto, e aproveitando o sol que secava mais rápido as fraldas, fui gradualmente abandonando as fraldas descartáveis.
O fato é que as fraldas descartáveis nos deixa mais preguiçosas e desatentas. Acomodadas, porque afinal, é só embolar e jogar fora. Com as de pano, como temos que lavar, ficamos mais ligadas e isso ajuda a quem quer praticar o método.
Em muito pouco tempo começamos a pegar todos os cocos, inclusive quando saíamos de casa, na casa de amigos ou no banheiro da pediatra. O que acontece é que se estabelece uma comunicação entre os pais e o bebê, e assim como aprendemos a identificar quando o bebê quer eliminar, o bebê sabe que iremos atendê-lo. E era muito comum, no caso de eliminações fora dos horários habituais (depois das mamadas, no caso do nosso filho), termos a intuição de que ele queria fazer cocô e de fato isso acontecer. Se não confiássemos em nossa intuição e oferecêssemos a ele o penico, ele faria na fralda. A escolha era nossa!

Temos certeza que com essa prática salvamos o nosso filho de muitas assaduras, pois ele fazia certa de 6 cocôs por dia, e depois que começou a diferenciar o dia da noite, nenhum cocô à noite.  E sabemos que também salvamos o meio ambiente do lixo de muitas fraldas descartáveis.
Seguimos nesse ritmo até os seis meses de idade, quando iniciamos a introdução de outros alimentos além do leite materno. Nesta fase, os 6 ou 7 cocôs diários em momentos regulares deram lugar a uma outra rotina variável: às vezes um cocô por dia, outras um cocô a cada dois dias, outras dois cocôs num dia. E cada um num momento diferente: já não dava mais para associar com as mamadas ou as refeições. No primeiro mês não pegamos praticamente nenhum cocô. A única eliminação que permaneceu regular nesta fase foi o cocô logo após a primeira mamada. O bebê acordava, mamava, e invariavelmente eliminava. Para isto, o penico já ficava ao lado da cama, pois nós compartilhamos a cama com o nosso filho.E começamos a afinar nossa comunicação com o bebê... Percebemos que o nosso filho fazia um barulho específico, mas que principalmente nos lançava um olhar que nos dizia que precisava eliminar. E assim, novamente nos entedemos e retomamos ao uso do penico. Agora ele já podia sentar sozinho, sem nossa ajuda para sustentá-lo uma vez que já tinha alcançado esta habilidade.
No inverno instituímos a “hora do bebê pelado” aqui em casa. É que como moramos num lugar de inverno frio, tendemos a deixar o bebê agasalhado o tempo todo, e portanto, de fralda. Para melhorar isso, deixar a pele respirar e permitir que o bebê se perceba eliminando, resolvemos deixá-lo pelo menos uma hora por dia sem a parte debaixo da roupa. Escolhíamos os horários quentes do dia, ou a hora antes do banho, num lugar da casa fácil de limpar, e a cada eliminação, sinalizávamos a ele verbalmente: - Xixi!  ou – Cocô. Fazíamos isso para que ele tivesse consciência que aquilo saía dele, coisa que fica difícil perceber quando se está todo tempo de fraldas.
E isso seguiu assim até os 11 meses, quando ele aprendeu a caminhar se apoiando, e ficou muito interessado em brincar. Ele sabia que queria fazer cocô, mas se escondia atrás da cortina para que não atrapalhássemos sua brincadeira. Percebemos que ele não queria ser interrompido e depois de algumas tentativas frustradas de pô-lo no penico, respeitamos sua vontade, deixando-o fazer na fralda, mas sempre lembrando a ele verbalmente que ele estava fazendo cocô. Consideramos que a comunicação continuava, pois ele nos mostrava que estava eliminando, só não queria ser interrompido e que essa era só mais uma das muitas fases nesse processo. E nem era tão desconfortável lavar as fraldas, pois devido à introdução dos alimentos sólidos, suas fezes estavam firmes e podiam ser descartadas diretamente no vaso sanitário.
Enquanto escrevo isto (início da primavera de 2010), nosso filho tem 14 meses, e estamos entrando em outra fase. Aos poucos estamos voltando ao penico, no qual ele já senta por conta própria. No vaso sanitário ele não se adaptou, pois se distrai muito.  Ele está voltando ao penico desde que começou a esquentar e tem ficado com menos roupa. Deixamos ele pelo quintal, ou em partes da casa fáceis de limpar (longe de estofados, tapetes, etc.), com uma cuequinha, um short ou nu, conforme o ambiente permite. Assim tanto nós quanto ele percebe melhor quando vão acontecer as eliminações.
Achamos que este verão será de muito poucas fraldas, e de muitos cocôs no penico, e xixis no jardim, na grama, no matinho. Mas sem grandes expectativas, porque cada um tem seu tempo...

Este texto foi produzido por Celia Regina da Silva. Para utilizá-lo, por favor entre em contato com fraldamadrinha@gmail.com

4 comentários:

  1. Achei super interessante este método, vi falar sobre ele ao lêr a revista crescer, porém; acho q/ prá mim não tem como funcionar, haja vista q/ saio cedo p/ o trabalho e só retorno a tarde, então acredito q/ este método é eficaz sim, mas p/ aquela mãe q/ tem o tempo disponível p/ estar ali ao lado do seu baby o tempo todo, bjs!!!

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  2. que legal! Vou tentar aplicar suas dicas com o meu bebê que está a caminho!
    Obrigada.
    Anita

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  3. Oi Celia, eu também pratico EC com minha filha. Fiquei super feliz de encontrar alguém que tb o faça aqui no Brasil. Assim não me sinto um ser tão estranho num mundo onde reinam as descartáveis. Começamos o método com nossa pequena no primeiro dia em que ficamos a sós em casa. Não queríamos os avós ansiosos em volta nesse momento. Ela começou a eliminar no troninho no 12º dia de vida, sempre após as mamadas. Mama, arrota por uns 10 min e depois elimina. Desde então nunca mais fez cocô na fralda. Usamos fraldas de pano durante o dia para o xixi e descartáveis durante a noite para evitar de agitá-la na madrugada com trocas de fraldas, já aconteceu de pela manhã não ter nem xixi na descartável. Se o dia está muito quente eu a deixo sem fralda o dia todo e acredite, ela faz uns resmunguinhos quando quer fazer xixi. Cocô é só depois de mamar mesmo, pelo menos até agora. Segunda feira ela faz um mês. Ah ela tb sofre de cólicas e chora às 19hs, mas outras mães me dizem que a cólica dela é bem branda, afinal ela dorme à noite 5 horas seguidas. Levo ela no troninho no banheiro em frente ao espelho, assim nos comunicamos pelo olhar no espelho e posso saber se ela precisa fazer mais ou não e posso observar se está fazendo muita força ou não. O espelho é um grande aliado. Parabéns pela sua iniciativa e pelo blog!!!

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  4. Amei isso tudo, estou tentando praticar com o meu pequeno q tem 22 dias. Todos me acham louca, mas eu sinto mta alegria em propiciar o melhor pro meu reizinho! Ah, e nada de cólicas, nem remédios até agora. Quando o choro começa coloco ele no banho de ofurô. Aquele baldinho é mágico, o bebê entra na água, dorme e segue dormindo por mto tempo!!

    Beijos

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